Cirurgia de Transplante de Córnea
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O que é?
A córnea é uma estrutura transparente localizada na parte anterior do olho. Ela permite que as imagens do meio externo penetrem no olho e sejam captadas pela retina. Para o bom funcionamento da córnea, é necessário que a mesma tenha transparência satisfatória e curvatura adequada.
O transplante de córnea é indicado quando a transparência ou a curvatura da córnea estejam alteradas, não permitindo uma boa visão. Ele consiste na substituição da córnea alterada por uma córnea doadora que mantenha boas condições. Atualmente temos utilizado preferencialmente a anestesia local. Em situações especiais pode ser utilizada anestesia geral.
Os pontos são retirados após três meses de cirurgia e não são retirados todos de uma só vez, isto é realizado por etapas de acordo com o astigmatismo induzido e avaliado através de topografia corneana computadorizada.
Córnea transplantada
A cirurgia apresenta alta porcentagem de sucesso. Normalmente varia entre 80 e 90% de sucesso em situações não complicadas (de acordo com estatísticas mundiais). Em casos complicados, a taxa de sucesso pode diminuir conforme a complexidade e da patologia ocular. Os principais riscos de um transplante de córnea são: falência primária e rejeição. Na falência primária, a córnea doada não apresenta bom funcionamento.
Isto é percebido no primeiro mês pós-cirurgia. Neste caso, deve ser feita outra cirurgia. Na rejeição a córnea apresenta bom funcionamento inicial e, algum período após, o paciente pode apresentar diminuição da visão e vermelhidão ocular. É importante o diagnóstico e o tratamento precoce para a recuperação. O período crítico para rejeição é no primeiro ano. Porém, o paciente pode apresentar rejeição até quando viver. Grande parte das rejeições pode ser tratada com sucesso se forem diagnosticadas no início. Existe a possibilidade de se realizar outro transplante após a rejeição. Após a cirurgia, deverá usar colírios de corticóide e antibiótico. Em casos especiais pode ser necessário anti-hipertensivo ocular e medicação oral.
Deve-se evitar esforço físico no período de cicatrização e dormir do lado contra lateral ao olho operado. As córneas doadas passam por um processo de avaliação quanto à sua condição óptica, sendo utilizadas somente córneas que apresentem boa perspectiva para o sucesso do transplante. Mesmo assim, em alguns casos a córnea pode não funcionar adequadamente. São também realizados exames sorológicos nos doadores para descartar possíveis patologias infecciosas ( HIV, Hepatite B e C). Geralmente os resultados visuais após transplante de córnea são muito satisfatórios.
A visão do paciente depende também da integridade de outras estruturas oculares. Após o transplante, pode levar meses para a visão atingir seu potencial, porém após algumas semanas o paciente já poderá perceber melhora. O paciente deve ser submetido à uma avaliação oftalmológica completa.Quando existe uma patologia corneana ,que necessite de transplante, descartando outras possibilidades terapêuticas, o paciente é inscrito.O tempo entre a inscrição e a cirurgia é em média de 1 a 2 meses.
Transplante de endotélio (DSAEK/DMEK)
A-Descemet Stripping Automated Endothelial keratoplasty B-Descemet Membrane Endothelial keratoplasty O objetivo principal da nova técnica é evitar a remoção total da córnea, trocando apenas a parte interna (endotélio e descemet) que está comprometida. A principal vantagem da técnica está no tempo de recuperação visual, que é muito mais rápido comparativamente com a Ceratoplastia Penetrante, também conhecida como Transplante Penetrante, em torno de 12 meses e o DSAEK/DMEK apenas 01 mês.
Durante os muitos anos que nos dedicamos à arte do transplante de córnea, fomos testemunhas de mudanças que melhoraram o prognóstico da ceratoplastia penetrante. Nos últimos tempos, mudanças mais profundas apareceram e foram sistematizadas, alterando substancialmente as indicações destes procedimentos. Estas mudanças estão representadas pela tendência mundial de substituir a parte enferma da córnea, preservando as estruturas sadias da córnea do paciente. Os enxertos lamelares profundos difundiram-se, sobretudo nos casos de ceratocone, com preservação do endotélio do paciente. Também se estabeleceu o transplante de endotélio, quando este se encontrar doente, sobretudo na Ceratopatia Bolhosa Pseudofácica e na Distrofia de Fuchs.
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